Boa Tarde!
No último dia 28, publicamos uma série de postais que retratavam acontecimentos da Revolução de 1930.
Outra revolução, também foi retratada em uma série de postais, a mais famosa dela, fotografada e editada por Gustavo Prugner, chamada de “Efeitos da Revolução de 5 de Julho de 1924”. Os postais estão identificados pela sigla G.P e compõe-se de 50 fotos numeradas. Nessa publicação também temos três imagens do conflito de autoria desconhecida.
Acompanhe um breve histórico da revolução, ilustrado com essas incríveis imagens.
Depois do incidente dos “18 do Forte”, que tentou derrubar o governo de Artur Bernardes, os integrantes do movimento tenentista pareciam ganhar maior força política. Dessa forma, os oficiais de baixa patente que faziam parte do movimento tentaram articular novos golpes contra o regime oligárquico vigente. Para tanto, buscavam empreender uma série de revoltas militares simultâneas que pudessem forçar a queda do presidente.²
A Revolta Paulista de 1924, também chamada de ‘Revolução Esquecida’, “Revolução do Isidoro“, “Revolução de 1924” e de “Segundo 5 de julho“, foi a segunda revolta tenentista; foi o maior conflito bélico já ocorrido na cidade de São Paulo. Comandada pelo general reformado Isidoro Dias Lopes, contou com a participação de vários tenentes, dentre os quais Joaquim do Nascimento Fernandes Távora (que faleceu na revolta), Juarez Távora, Miguel Costa, Eduardo Gomes,Índio do Brasil e João Cabanas.
Deflagrada na capital paulista em 5 de julho de 1924 (2.º aniversário da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, primeira revolta tenentista), a revolta ocupou a cidade por 23 dias, forçando o presidente do estado, Carlos de Campos, a fugir para o interior de São Paulo, depois de ter sido bombardeado o Palácio dos Campos Elísios, sede do governo paulista na época.
A cidade de São Paulo foi bombardeada por aviões do Governo Federal (é única cidade brasileira na história a ter sido bombardeada por ataque aéreo). O exército legalista, leal ao presidente Artur Bernardes, utilizou-se do chamado “bombardeio terrificante”, atingindo vários pontos da cidade, em especial bairros operários, como a Móoca e o Brás, e de classe média como Perdizes.
Sem poderio militar equivalente para enfrentar as tropas legalistas, os rebeldes retiraram-se para Bauru, onde Isidoro Dias Lopes ouviu notícia de que o exército legalista se concentrava na cidade de Três Lagoas, no atual Mato Grosso do Sul. Isidoro Dias Lopes e Juarez Távora planejaram, então, um ataque àquela cidade. A derrota em Três Lagoas, no entanto, foi a maior derrota de toda esta revolta. Um terço das tropas revoltosas morreu, feriram-se gravemente, ou foram capturadas.
Vencidos, os revoltosos marcharam, então, rumo ao Sul do Brasil, onde, na cidade de Foz do Iguaçu no Paraná, uniram-se aos oficiais gaúchos comandados por Luís Carlos Prestes no que veio a ser o maior feito guerrilheiro no Brasil até então: a Coluna Prestes. Os revoltosos foram finalmente derrotados nos primeiros dias de agosto de 1924, retornando o Presidente Carlos de Campos à capital paulista.³
A batalha entrou para história como a “Revolução Esquecida”, mas que será para sempre lembrada pela série de postais de Gustavo Prugner.
¹ As imagens maiores: 01, 12, 36, 37, 38, 43, 47 e 49 encontrei a venda no Ebay. A 16 é do livro “São Paulo, a Juventude do Centro”. Outras três imagens, que na legenda constam como autoria desconhecida, também encontrei no Ebay. As menores foram retiradas desse portal, http://www.studium.iar.unicamp.br/oito/5.htm, que tem uma matéria bem interessante sobre os registros dessa Revolução.
²http://www.brasilescola.com/historiab/revolta-paulista-1924.htm
³http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_Paulista_de_1924